21/01/2010

O SACRIFÍCIO DA COMPRA


Essa semana no Rio de Janeiro só se fala da proibição da venda de ingressos nos dias de jogos no Maracanã. Como não vi em nenhum lugar a explicação do motivo de tal proibição, vou tentar explicar usando os conceitos internacionais de segurança e gestão.

Tal medida é uma recomendação da FIFA para os jogos de futebol e ela é adotada visando alguns objetivos, tais como: evitar tumultos e grandes filas que normalmente ocorrem nos dias dos jogos e que tumultuam o ambiente ao redor do estádio; não precisar deslocar vários membros da equipe do estádio para fazer a delicada operação de venda de ingressos na hora do jogo; deixar os homens de segurança focados somente no evento em si; evitar que pessoas que nada têm a ver com o espetáculo cheguem próximo ao estádio para cometerem delitos; combater os cambistas (isso mesmo combater, já que as pessoas sem ingresso, teoricamente, não irão ao jogo); possibilitar um maior planejamento da gestão do evento, tendo em vista que os gestores saberiam, previamente, o número de ingressos vendidos.

Vale ressaltar que, para que tal medida seja mais eficiente, é importante que haja um “cordão de isolamento” ao redor do estádio, permitindo que somente pessoas com ingresso cheguem nas suas proximidades.

Como vocês podem perceber a proibição vem para ser benéfica e não para trazer transtornos. Mas, infelizmente alguns clubes do Rio de janeiro têm um sistema de venda de ingressos extremamente fraco, que chega a ser um desrespeito ao torcedor. Existem pouquíssimos pontos de venda que são estabelecidos por cada grande clube (para Flamengo e Fluminense são apenas 6), os pontos de venda são muito mal localizados (não existe um ponto de venda no centro da cidade), somente são vendidos ingressos no horário das 9:00 às 5:00h. (impossibilitando um trabalhador de comprar seu ingresso), nos poucos pontos de venda existentes existem poucos guichês, a venda através da internet é fraquíssima, complexa e caríssima, com uma taxa de conveniência de R$ 10,00 por ingresso e de R$ 7,00 por entrega (para quem compra um ingresso de R$ 40,00 acaba pagando um total de R$ 57,00 - 42,5% a mais), não existe a venda de carnes para toda temporada, não é possível comprar ingressos para os próximos jogos, para jogos dos  próximos meses nem pensar, não existe venda através de call center, o uso novas tecnologias é completamente ignorado (como exemplos que podem ser observados nas postagens: INGRESSO NO CELULAR e EXEMPLO O₂). Resumindo, existem milhares dificuldades para que o torcedor se planeje e compre ingressos com antecedência.

O que ocorre hoje é que o tocerdor para ir ao Maracanã tem fazer um verdadeiro sacrifício e os clubes que são os responsáveis pela comercialização dos ingressos ficam se fazendo de vítima e não fazem nada para oferecer um melhor serviço ao torcedor. 

Acredito que no momento o problema que deve ser atacado por todos é o sistema de vendas, pois enquanto o torcedor for desrespeitado e a venda for feita de forma precária, fica muito difícil tentar implementar qualquer mudança de cultura que obrigue o torcedor a se planejar e comprar ingressos com antecedência.

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