31/07/2012

PRÁTICO, SIMPLES E INTLIGENTE


Outro dia fui surpreendido pela notícia que um amigo meu, renomado diretor de uma empresa estatal, tinha se envolvido em uma confusão dentro de um estádio, sendo inclusive conduzido para um Juizado Especial Criminal. A confusão começou pelo mesmo motivo banal que começam diversas confusões em estádios pelo Brasil. Aquela idiotice de uns quererem assistir aos jogos em pé e outros sentados.

Assistir aos jogos de pé é um comportamento típico de alguns torcedores no mundo inteiro, mas claro que isso não pode ocorrer no mesmo lugar onde outros assistem sentados.

Evidentemente que se uma pessoa ficar em pé para assistir o jogo, todas ao redor também terão que ficar se quiserem ter uma boa visualização do gramado. O mais agravante é que além de assistir os jogos em pé ainda são permitidas as entradas de grandes bandeiras e instrumentos musicais, das torcidas organizadas, no mesmo setor destinado a pessoas sentadas. Não precisa ser um gênio para visualizar que essa diferença grotesca de comportamento sempre gera uma grande confusão nas arquibancadas.

Ou seja, um senhor que nada tem a ver com as torcidas organizadas vai ter que acabar ficando 90 minutos em pé para conseguir ver o jogo, ficando ele perto da torcida ou não, uma vez que a confusão é geral na arquibancada.

Como disse, assistir aos jogos em pé não é uma exclusividade nossa, as torcidas organizadas de muitos países do mundo também tem o mesmo comportamento. Mas então porque não existe confusão em outros estádios? A resposta é uma palavra chamada SETORIZAÇÃO. Resumindo: Lugares em pé, instrumentos musicais e grandes bandeiras somente são aceitos em um local determinado dentro do estádio. Essa prática é comumente adotada em grandes estádios da Europa evitando tumulto, falta de organização e que indivíduos fiquem em pé nas cadeiras, evitando a destruição das mesmas.

Aqui no Brasil a setorização também será adotada na Arena do Grêmio onde existe um comportamento peculiar nas comemorações dos gols (torcedores correm para frente dando o efeito de uma avalanche).

Uma prática simples e inteligente pode gerar muito mais conforto, organização e segurança nos jogos de futebol.

Vejam as ilustrações da futura Arena do Grêmio, com um espaço sem cadeiras atras do gol:





Lugares em pé em estádios da Europa:

Locais em pé somente atrás do gol nos jogos do Anderlech - Bélgica



Espaço para grande bandeiras e pessoas em pé apenas atrás do gol - Alemanha


* por Romulo Macedo - Diretor Executivo



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30/07/2012

NOVA ORDEM MUNDIAL DO FUTEBOL



Alguns anos atrás seria inimaginável sonhar com um campeonato brasileiro com astros como Diego Forlan, Seedorf, Neymar, Vagner Love, Ronaldinho Gaúcho, Fred, Deco, Thiago Neves e tantos outros que atualmente desfilam seu talento por gramados brasileiros. Só conseguimos isso graças ao fortalecimento econômico nacional e a crise que devasta a Europa.

Até bem pouco tempo um craque brasileiro mal despontava e já era contratado por um grande clube europeu, senão vejamos o exemplo de Alexandre Pato que disputou somente o Mundial Interclubes pelo Internacional, e, já arrumou as malas rumo a Milão. O pior é que nossos craques eram contratados a preço de banana, excessão feita a venda de Denílson para o Real Betis por 31,5 milhões de euros, e depois revendidos dentro da Europa por cifras estratosféricas. Dois motivos eram os mais apontados para determinar o cenário, o primeiro econômico, já que os clubes brasileiros não tinham condições de pagar bons salários e dependiam do dinheiro de vendas, portanto os europeus se aproveitavam desta fragilidade financeira para oferecer valores irrisórios, comparado ao que iriam lucrar no futuro, e o segundo social, a alegação/desculpa para se pagar pouco era que não se sabia se o brasileiro iria se adaptar na Europa, portanto, não se podia apostar muito alto.

O curioso é que o jogador brasileiro continua com a mesma fama de boêmio e problemático, porém atualmente se um clube europeu quer tirá-lo do Brasil, tem que pagar bem mais caro, como exemplo a recente contratação de Oscar pelo Chelsea por mais de 60 milhões de reais.

Um fato que evidencia bem este cenário é o de Kaká, negociado pelo São Paulo em 2003 por 8,5 milhões de euros e revendido ao Real Madri em 2009 por 65 milhões de euros. Além disso, se observarmos as planilhas abaixo
percebemos que os valores pagos por transferências dentro da Europa são infinitamente maiores as que envolvem o mercado nacional.

Atualmente, com a Europa em crise financeira e o Brasil crescendo economicamente, poucos clubes tem condições de tirar nossos melhores jogadores do país, pois conseguimos aproximar os salários aos pagos no velho continente e com isso elevamos as multas rescisórias dos contratos, dificultando assim a saída de craques como Neymar, Ganso e Leandro Damião e de quebra ainda conseguimos repatriar ídolos como Vagner Love, Fred dentre outros.

Outro exemplo que expõe a crise econômica europeia é que o valor total de contratações feitas neste mercado em 2009 (342,3 €$) é maior que em 2011(249,5€$). Por outro lado evidenciando a fragilidade econômica brasileira recente,observamos que dentre as 50 maiores transações envolvendo jogadores do país somente 8 foram feitas por clubes brasileiros.

Abaixo apresentamos algumas planilhas para ilustrar este post:
(Clique na imagem para ampliar)



*Por Mario Bini - Diretor de Novos Negócios
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28/07/2012

FALTA DE VERBA OU CRIATIVIDADE?


É muito comum para os profissionais que atuam na área de marketing (especialmente esportivo) escutarem de seus pretensos clientes: “estamos sem verba para implementar ações nesse sentido”. Entretanto, na visão de diversas grandes marcas, esse movimento de desenvolvimento de ações criativas é um caminho sem volta. O mais curioso é que em muitas vezes o custo da ação não representa nenhum estouro orçamentário para as mesmas, basta apenas que os empresários acreditem na iniciativa e "saiam da caixa", para assim terem suas marcas ainda mais próximas de seu público consumidor.

Com a chegada da Olimpíada de Londres é praticamente impossível não fazer uma associação da cidade com um dos seus personagens mais conhecidos no mundo, o jogador de futebol David Beckham, garoto propaganda da Adidas, que aproveitou a ocasião para por em prática a ação abaixo.


Trazendo para a nossa realidade será que nossos clubes não poderiam criar ações semelhantes? Ao contratar grandes jogadores os clubes assinam paralelamente contratos que permitem utiliza-los nessas atividades, só que muitas vezes sequer pensam em aciona-los nesse sentido e acabam acreditando que o ídolo custa muito caro e que a venda de jovens promessas é o investimento mais rentável (ou seria mais imediato?). Mesmo em dias de jogos, ações de interatividade com torcedores são muito comuns na Europa e na Ásia. Aqui, no país do futebol, agora que se inicia um movimento para se compreender que a atividades criativas fortalecem a marca e fidelizam os clientes.

Mesmo sendo um tanto quanto avançada (na visão latino americana) a iniciativa promovida pela mesma Adidas, em parceria com o Ajax da Holanda, mostra que com um pouco mais de criatividade, é possível também se valorizar os pontos de venda de seus produtos oficiais através de ações de marketing que, publicadas nas redes sociais, servem como disseminadores da ideia de valorização das marcas.



*por Rodrigo Calvoso - Diretor de Comunicação

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27/07/2012

MUITO MAIS QUE A BILHETERIA





Aqui no Brasil é comum traduzir receitas de matchday (dia do jogo) para receitas de bilheteria, o que na verdade é um equívoco e infelizmente é o pensamento da grande maioria dos clubes do país, principalmente aqueles que possuem estádios antigos ou não contam com um estádio próprio.

Esse fato acontece porque o clube não enxerga nenhuma outra receita no dia do jogo a não ser aquelas provenientes da venda de ingressos. Tal miopia faz com que a bilheteria seja super valorizada e utilizada como  a única forma de se ganhar dinheiro em uma partida, o que significa dizer que na cabeça de alguns dirigentes a equação funciona assim: o aumento do preço dos ingressos é igual ao aumento do valor arrecadado. Essa fórmula poderia até funcionar se o serviço oferecido ao torcedor não fosse de péssima qualidade e o preço dos ingressos não fossem exorbitantes.

A contabilidade dos dirigentes na grande maioria das vezes tem o efeito inverso, afastando os torcedores do estádio e consequentemente diminuindo o montante arrecadado pelo clube. Somado ao alto preço dos ingressos, falta de segurança e conforto nos estádios, devemos lembrar que o atual calendário nacional coloca as finais de grandes competições mundiais acontecendo paralelamente ao início do campeonato brasileiro, que não por acaso, hoje apresenta médias de público ridículas.

Aí que está a chave do negócio “receitas de matchday”, já que não depende apenas da verba oriunda de bilheteria e sim de um somatório de diversos rendimentos que o clube ganha quando realiza os jogos em determinado estádio (sendo ele proprietário ou não). Um clube administrado de forma eficiente ganha percentual de tudo dentro de um estádio, desde camarotes e publicidades, passando por estacionamentos, lojas licenciadas, barracas de pipoca, etc... Afinal de contas o jogo de determinado time é a razão de existir todas essas receitas. As pessoas só compram os camarotes, as empresas pagam pela publicidade e as pessoas gastam o seu dinheiro porque determinada equipe manda os seus jogos naquele estádio. 

Para que essas receitas sejam maximizadas, é fundamental também dar oportunidade para que o torcedor/consumidor possa gastar o seu dinheiro no estádio. Bares e restaurantes de qualidade e sem filas, lojas de produtos licenciados, estacionamentos bem organizados e muito mais...

Portanto, podemos concluir que com a proximidade da inauguração de moderníssimos estádios os clubes inteligentes irão faturar muito mais no chamado dia do jogo, seja ele com uma exploração eficiente dos seus próprios estádios ou assinando contratos justos para jogarem em arenas de terceiros.

A equação correta para jogos de futebol é: preços justos, dando oportunidades para o torcedor/consumidor gastar, resulta em mais público nos jogos e muito mais receitas nos cofres.

* por Romulo Macedo - Diretor Executivo
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