06/08/2012

REGRA 40: POLÊMICA À VISTA




Você já ouviu falar da regra 40 do COI? Preste bem atenção nela, a mesma deverá ser um item que muitos brasileiros terão que se atentar durante a olimpíada de 2016.

Esta regra do COI foi criada para proteger os 11 patrocinadores oficiais dos Jogos Olímpicos de verão e inverno que pagam cerca de US$ 100 milhões a cada 4 anos para ter sua imagem associada ao evento. Segundo esta regra nenhum atleta participante pode fazer campanha publicitária para seus patrocinadores pessoais durante os jogos olímpicos, justamente o momento em que teriam maior exposição, se eles não forem um dos 11 oficiais.

Entendemos e até concordamos com a preocupação do COI em proteger seus patrocinadores que pagam caro, porém não concordamos que façam isto em detrimento aos atletas que são os principais agentes dos jogos. Sem eles não há competição em alto nível, interesse da população e consequentemente não há o interesse comercial.

Esta regra prejudica e muito os atletas brasileiros, pois é de conhecimento público que o esporte de alto rendimento no país depende de patrocínio da iniciativa privada, para que os atletas tenham condições de treinar e participar de competições, aumentando assim a possibilidade de formação de novos ídolos e campeões. Porém, se os atletas não poderão oferecer uma contrapartida com campanhas publicitárias durante o seu maior momento de exposição na mídia, com certeza esse interesse irá diminuir, contratos vigentes serão renegociados, novos contratos serão fechados em condições inferiores, os investimentos se tornarão cada vez mais escassos e neste momento o atleta precisa estar muito bem assessorado para não assinar um contrato que seja extremamente prejudicial a sua carreira.

Alguns atletas já começaram manifestações via redes sociais contra esta medida e acredito que uma manifestação bem organizada por parte destes poderá surtir efeito. Entretanto, neste momento também é fundamental que o atleta esteja amparado por profissionais, para que, a manifestação não tenha um resultado negativo para a sua própria imagem como já vimos nestes jogos olímpicos, tornando-se cada vez mais necessário um suporte especializado aos atletas para gerir suas carreiras com criatividade e eficiência evitando assim declarações desastrosas, contratos prejudiciais, aparições em campanhas publicitárias equivocadas e tantas outras ações que venham a encurtar sua carreira. Situações como esta serão cada vez mais frequentes no mundo esportivo e quem não estiver preparado para enfrenta-las estará corre sérios riscos de afundar por mais talento que tenha.

Para finalizar, entendemos que este posicionamento do COI é um pouco exacerbado. Concordamos com a proteção das marcas patrocinadoras, mas restringir o patrocínio pessoal dos atletas durante as olimpíadas é uma medida muito extravagante que afetará inúmeros atletas olímpicos. Caso este cenário não se altere, os gestores de carreiras dos atletas profissionais terão que ter ainda mais criatividade para evitar o conflito entre as partes. Neste caso a figura dos agentes especializados ganham ainda mais peso na carreira dos participantes dos Jogos.

* por Mario Bini - Diretor de Novos Negócios

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